Nunca vou esquecer das minhas brincadeiras favoritas na infância. Eram três: escolinha, boneca de papel e restaurante.
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Na minha escola era preciso um quadro, giz, papel, canetas e imaginação. Imaginação para criar conteúdos, inventar alunos e desenhar.
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Para brincar de boneca de papel eu precisava de edições velhas da revista Caras e uma tesoura. Eu recortava as pessoas com roupas diferentes e criava personagens, diálogos e histórias completas.
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Mas a minha verdadeira paixão era brincar de comidinha. Eu montava meu próprio restaurante, com cardápios variados de folhas, flores e barro. Tudo servido em potes plásticos que pegava na cozinha da mãe e algumas louças de brinquedo.
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O que as três brincadeiras têm em comum? Imaginação. Todas eram simples e dependiam basicamente da minha capacidade de criar, inventar e imaginar.
Não significa que nunca tive brinquedos caros e que estavam nos comerciais do horário nobre. Sim, tive bonecas, jogos e ursos de pelúcia. Mas nunca os valorizei tanto quanto um papel em branco, uma pilha de sucatas ou algo que me permitisse interagir com liberdade.
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Onde eu quero chegar? Criança não precisa de caixas e caixas de brinquedos para ser feliz. Não precisa do item mais caro da loja. Não precisa ter tudo. Na verdade, ela já tem tudo e alguns pais nem sequer se dão conta: ela tem a imaginação. O que cabe as pessoas ao seu redor é estimulá-la e fazer com que ela saiba usar a fantasia e a criatividade como um verdadeiro brinquedo, uma fonte inesgotável de diversão e prazer.
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Para quem se interessa pelo tema infância e consumo eu tenho um convite. Conheça o movimento Infância Livre de Consumismo. Na página no Facebook e no blog você encontra uma série de reflexões sobre o assunto.
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E você, tem lembranças da infância? A partir disso, o que quer ensinar para os seus filhos?
ahhh…
muitas lembranças boas! as brincadeiras de rua, clubinhos…
saudades!
Minha brincadeira favorita era criar cidades, pegava meus carrinhos, fazia as ruas, andava com os ônibus, fazia as linhas de ônibus e trem.. sonhava em dirigr ônibus. Hoje, com o Photoshop e a Internet, crio projetos de mobilidade urbana pensando no bem da minha cidade, ainda que nenhum deles chegue a lugar nenhum. Mas, vale a brincadeira, é divertido e faz bem. E é isso que quero ensinar a meus filhos, o que meus pais me ensinaram: ler bastante, criar bastante, desenhar bastante, pensar bastante, evoluir e se tornar alguém melhor. Pra si e pro mundo.