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Peculiaridades de cada um

Da série: coisas que eu não quero esquecer.

Vítor é fascinado pela lua e está sempre a procurando no céu. Transforma qualquer móvel em uma pista para seus carrinhos. Deixa suas bolas espalhadas pela casa, para brincar um pouco com cada uma em um lugar diferente. Fica irritado quando erra um chute. Repete praticamente todas as palavras que a gente diz. Não gosta de escovar os dentes. Adora dar beijos em si mesmo pelo espelho. Come todas as frutas possíveis de se imaginar, algumas com casca e outras com semente. Dança de um jeito apaixonantemente engraçado.

Clara chupa o dedo quando está com sono. Dorme de bruços. Seu brinquedo favorito é um livro de bichinhos que faz barulho. Não gosta de ficar deitada no colo. Dificilmente pára quieta no bebê-conforto. Sorri quando a gente a beija no pescoço. Tem uma manchinha branca abaixo do umbigo. Mama só no peito. Adora ver o irmão brincar. Fecha os olhos quando o Vítor vai fazer um carinho. Acompanha os movimentos do Dexter pela casa.

Só quero fechar os olhos e poder lembrar de cada momentinho com eles para sempre. Amor demais!

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Para lembrar – 1 mês

Notas soltas sobre o primeiro mês da Clara

– No dia que a Clara nasceu fazia um calor absurdo, assim como no dia que ela completou 1 mês.

– A primeira música que a Clara ouviu fora da barriga foi “All you need is love”, dos Beatles, no berçário do hospital. Fábio que me contou.

– O primeiro encontro da Clara com o Vítor aconteceu no hospital. Ele foi ver a irmã com a vovó e o vovô e ficou todo feliz quando viu o bebê. Queria tocar na Clara e quando encostava dava risada.

– Não ficamos nem 12 horas no hospital. A Clara nasceu antes do meio dia e pelas 20h fomos para casa. Vítor dormiu na casa da minha mãe e acordou no meio da noite chamando por mim. Depois de um tempo olhando TV conseguiu pegar no sono de novo. No outro dia fomos almoçar com eles e o Vítor voltou para casa com a gente.

– E por falar em sono… a chegada da irmã afetou totalmente as noites aqui em casa. Vítor dormia a noite inteira, mas passou a acordar no meio da madrugada e ficar até 4 ou 5 horas ligadão. Agora que as coisas começaram a voltar ao normal.

– Com mais ou menos 15 dias a Clara ficou gripada. Foram três idas ao pediatra e alguns remédios para tentar evitar antibiótico.

– Mesmo com dificuldade para respirar em decorrência da gripe a Clara mamou e dormiu muito bem. Em um mês ela ganhou mais de um quilo (está com quase 5!) e já dorme por períodos mais longos de noite. A mamãe agradece as horinhas de sono (quando o Vítor não acorda).

– A Clara foi duas vezes para a universidade comigo: uma em palestra e outra em reunião do grupo de pesquisa do mestrado. É a queridinha da turma e dos professores. Todos apostam em uma menina muito interessada nos estudos (:

– Clara completou 1 mês em dia de Eleições. Foi comigo votar e tudo!

– E para resumir tantos momentos do primeiro mês da nossa pequena só posso dizer uma coisa: amor. Nossa família está transbordando de amor e assim estamos completos. Afinal, all you need is love.

Do verbo parir

A maternidade nos transforma. É ao mesmo tempo um enorme clichê e uma imensa verdade. Leio alguns posts antigos do blog e chego a não me reconhecer. Percebo textos marcados pelo conformismo e pela falta de informação.

Por isso que reafirmo que o nascimento da Clara representou o meu renascimento materno. Uma vontade forte de viver a chegada de um filho mais uma vez, mas agora diante de um novo posicionamento. Com mais paixão e entrega à maternidade. Mais intensidade.

E assim que busquei meu caminho para um parto diferente. O do Vítor foi normal, mas com diversas interferências que nunca tinha ousado questionar. Tricotomia, lavagem intestinal, fórceps e episiotomia. Um monte de palavra feia colocada diante de mim como “rotina”. Tudo devidamente aceito simplesmente por eu jamais ter pensado que faria diferença. E fez. Muita.

Fez diferença quando eu me dei conta que entreguei meu primeiro parto para o fórceps. Hoje consigo perceber que faltou justamente o que procuro agora: entrega. Desde a gravidez eu não conseguia me entregar ao fato de que seria mãe (por N motivos). Não que eu não estivesse feliz, porém faltava uma série de coisas para que talvez eu me sentisse mais segura (fatores emocionais e práticos mesmo, como estabilidade financeira). Sem dúvida, isso tudo teve influência no parto do Vítor e no modo como eu vivi aquele momento.

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Depois de refletir sobre as marcas que ficaram da minha primeira experiência surgiu a vontade e a necessidade de fazer diferente. Assim, busquei informação, questionei, fui atrás. Tenho que destacar que minha médica (a mesma que acompanhou a gravidez e o nascimento do Vítor) entendeu minha nova posição e foi uma grande parceira durante todo processo.

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E então… vamos ao parto da Clara.

Eu estava grávida de 39 semanas, mas desde a 37ª preparada para o “qualquer hora”, pois tinha 7 centímetros de dilatação.

No feriado de 7 de setembro o Vítor acordou um pouco antes das 10h e veio para nossa cama. Ficamos em família, curtindo a preguiça. Planejamos o que faríamos durante o dia. Depois, nos arrumamos e fomos dar uma volta com o Dexter.

Durante a caminhada comecei a sentir um pouco de dor. Passamos na frente do hospital e o Fábio até brincou que eu já podia ficar por ali mesmo. Seguimos enquanto a dor aumentava. Comentei que a gente deveria ir um pouco mais rápido, para conseguir chegar logo em casa.

Quando chegamos eu disse que ia falar a médica. Ela não atendeu o celular e liguei para o número residencial. O marido disse que ela estava no hospital. Conversei com o Fábio e resolvemos ir direto para lá. Arrumei as coisas do Vítor e minha mãe o buscou.

Enquanto eu ia de um lado para o outro só pensava: “Minha filha vai nascer”. Era nisso que eu queria focar, sem pensar em dor ou qualquer outra coisa. Fui para o banheiro e ficava me contorcendo entre uma contração e outra. Fábio levou as bolsas para o carro e fomos para o hospital.

Na recepção do hospital demoraram para nos atender. Eu estava impaciente e disse para o Fábio que ia subir para a maternidade sozinha (a louca!). Abri a porta e segui até o elevador, gemendo. Como não sabia em que andar era o centro obstétrico, apertei em todos os botões. Pelo caminho dois enfermeiros me acharam e seguiram comigo até o lugar certo.

Quando fui para a sala de pré-parto a bolsa rompeu. Uma enfermeira me ajudou a deitar e fez um toque: 10 centímetros. Correria e mudança de sala. Antes de sentar na cama senti vontade de fazer força (e fiz). Uma enfermeira veio e colocou a mão embaixo das minhas pernas, como se tivesse medo que o bebê fosse cair ali mesmo.

Fiquei semi-sentada na cama e uma médica conhecida que estava na maternidade para ver uma paciente começou a se preparar para o parto, pois a minha obstetra estava no centro cirúrgico. Fui fazendo o que meu corpo mandava, sem pensar, me entregando ao momento.

Minha médica chegou e lembro de ter perguntado pelo Fábio. Uma enfermeira avisou que ele estava subindo. Pena que não deu tempo dele chegar. Clara nasceu ali, no terceiro empurrão que eu fiz. Deslizou do meu corpo para a vida através da minha própria força. Senti cada pedacinho dela saindo. Uma sensação incrível, que não tive no parto do Vítor e jamais vou esquecer.

Foi tudo muito rápido e intenso. Assim que ela nasceu, veio para meu colo e a coloquei no seio. Sugou com força enquanto procurava com o olhar o meu rosto. Fábio chegou e compartilhou com a gente aquele momento de paz, de plenitude. E do mesmo jeito seguimos… vivendo toda entrega que a maternidade e a paternidade nos exige, de uma forma tão natural e apaixonante quanto naquele dia. Única.

A primeira semana

Ontem comemoramos a primeira semana de vida da Clara. Fomos os quatro almoçar em um restaurante perto de casa. O caos já começou antes mesmo de sair. Foi uma novela até que todos estivessem prontos. Antes de entrar no carro os dois pequenos já estavam chorando. Mas enfim, apesar de praticamente jogar a comida goela abaixo, deu tudo certo e sobrevivemos à saída em família. Chances de repetir a façanha? Não tão cedo.

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A Clara é um bebê muito tranquilo. Não consigo lembrar direito como foi com o Vítor logo no início, mas não acredito que tenha sido tão calmo. Na verdade, o que tem sido mais difícil mesmo é administrar a rotina do baby mais velho. Rotina? Mas que rotina?

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O Vítor sempre dormiu bem e tinha uma rotina bem estruturada. Sim, tinha, no passado. No presente, a situação ainda está meio caótica. Ele desregulou o sono e começou a acordar mil vezes durante a noite. Na semana que passou já aconteceu de tudo, desde Galinha Pintadinha às 2 da madrugada até tentativas de cama compartilhada.

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Mas como bagunça pouca é bobagem… também rolou doencinha. Vítor com muita tosse (o que não favoreceu nada na hora de dormir) e Fábio com virose. Exatamente, o pobre pai de licença, que deveria ajudar a cuidar, teve que ser cuidado. Ficou de cama e tudo.

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E com medo de que eu ou as crianças pegassem a virose acabamos acampando na casa da minha mãe por uma noite. Imaginem a quantidade de tralha que tive que carregar para dormir fora com os dois pequenos. Imaginou? Agora multiplica a imagem por 10. Assim era a cena.

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Bom, apesar dos momentos complicados ser mãe de dois é uma experiência incrível. Ver o Vítor perto da irmã e todo carinhoso com ela é algo indescritível. Ele não demonstra ciúmes, apenas fica mais agitado quando recebemos visitas e quer chamar a atenção (o que é mais do que normal). Em breve um post sobre o primeiro contato do Vítor com a irmã e sobre as reações dele. Agora deixo uma fotinho da Clara ainda na maternidade. Mais imagens no blog do Cris Frantz, que acompanhou a chegada da nossa pequena e registrou o momento.

Meu (re)nascimento materno


A Clara nasceu no dia 7 de setembro, às 11h21min. Linda, serena e corada. Com 3,710 quilos e 49,5 cm, em um parto normal emocionante.

Volto em breve com as novidades dos últimos dias. Quem quiser notícias extras da gente pode curtir a página do blog no Facebook e acompanhar lá um pouquinho mais da vida do agora projeto de mãe de dois.

Beijos!

As férias que não foram férias

Volto de um período de férias bloguísticas não anunciadas. Férias que só foram férias do blog, já que além da vida virtual o negócio foi pegado. Estava envolvida com um trabalho extra que exigiu muito de mim, psicologicamente e fisicamente. Foram praticamente duas semanas só tomando banho e dormindo em casa. Mas o que importa é que deu tudo certo e acabou.

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O Dia das Mães aqui em casa foi comemorado um dia depois, já que domingo eu almocei com o Vítor e tive que trabalhar. Então segunda curtimos o frio e ficamos na cama até mais tarde, depois brincamos e matamos a saudade de passar a manhã juntinhos. Fazia um pouco mais de um mês que ele ficava o dia inteiro na escola. Foi algo temporário e inevitável. Agora retomamos nossa rotina gostosa e eu aproveito para começar a desacelerar.

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A pança tá pesando de vez. Diversas atividades estão bem limitadas. Fechei hoje 23 semanas, lembradas apenas porque liguei para marcar um exame. A secretária perguntou: “Quantas semanas”. Eu respondi: “Não sei”. Tive que pegar rápido um calendário e revirar na agenda para achar algumas anotações. Não faço questão de me apegar ao tempo. Sei que o bebê é para setembro e é o suficiente. Não quero cair de novo em neuras de ansiedade e pressa.

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E por falar no segundinho, ou melhor, na segundinha, eis que a moça já tem nome escolhido. Ela vai se chamar Clara, um sugestão da dinda. Nome que bateu e ficou. Nome que já veio com uma música que eu adorava quando criança e pedia para o meu pai sempre repetir enquanto a gente estava no carro ouvindo o CD do Lulu Santos.

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“Clara como a luz do sol
Clareira luminosa
Nessa escuridão
Bela como a luz da lua
Estrela do oriente
Nesses mares do sul
Clareira azul no céu
Na paisagem
Será magia, miragem, milagre
Será mistério”

***

Clara, que ilumina. Que já nos iluminou.