Arquivo mensal: abril 2011

O hospital

E daí que não escapamos de passar um dia no hospital em função da icterícia do Vítor. Achamos (eu, o Fábio e o pediatra) que a situação seria revertida com banho de luz em casa. No entanto, depois de 17 dias de vida ele continuava amarelinho e o problema já estava se prolongando demais.

Levei o pequeno para fazer o exame de bilirrubina e diante do resultado o médico decidiu internar o Vítor para fazer fototerapia.

Bilirrubina é pigmento amarelo gerado pelas células vermelhas do sangue, a pessoa fica com icterícia quando a formação de bilirrubina é maior do que o fígado consegue metabolizar. Informações do “ABC da Saúde“.

Fomos então para o hospital por volta das 7 e meia da noite. Lá pelas 9 e pouco montaram o equipamento no quarto (incubadora e sistema de luzes). Era hora de tirar a roupinha do Vítor, colocar uma venda nos olhos dele (para proteger da iluminação direta) e acomodá-lo na caminha. Aí começou o terror.

Ele simplesmente ficou desesperado, tanto quanto a mãe dele. Chorava, esperneava, mexia loucamente os braçinhos. Comecei a ficar agoniada e já não gostei daquele negócio. Vi que a noite não seria nada fácil. Eu estava enganada… seria pior do que eu imaginava.

Durante a madrugada a incubadora aqueceu demais, o equipamento foi trocado, o Vítor mamou com dificuldade, meu leite não foi suficiente (acredito que pelo nervosismo o negócio “trancou” um pouco), tentamos dar NAN, ele não aceitou, vomitou tudo, chorou e esperneou mais um pouco. E como se tudo isso não fosse o bastante ainda nos incomodamos com a equipe de enfermagem.

Exatamente! Quando a incubadora foi trocada uma enfermeira monstra colocou o meu filho lá dentro sem antes esperar aquecer. Nem vou falar da grosseria da criatura, isso renderia muitas linhas. Ele ficou inquieto e quando o Fábio tocou a mão dele viu que estava gelada. O pequeno começou a espirrar e tremer o queixo.

Já era cerca de 4 horas da manhã e nós estávamos acabados, com fome, sono, de saco cheio! Olhei para o Fábio e disse: “Chega, vamos para casa”. Peguei o Vítor, tirei a venda e o vesti. Fomos até o posto de enfermagem e falamos que queríamos ir embora.

A enfermeira que estava lá disse que teria que chamar a supervisora de plantão. A responsável foi até o quarto conversar com a gente e nos explicou os riscos de interromper o tratamento. Ela escutou nossas reclamações e prometeu que iria verificar os problemas que aconteceram com a incubadora e a situação com os profissionais que nos atenderam.

Decidimos continuar no hospital com a fototerapia. Eu fui para casa dormir um pouco, pois estava num desgaste físico e emocional sem tamanho. O Fábio ficou com o Vítor e prometeu que qualquer coisa me ligaria.

Cheguei em casa às 5 e meia da manhã e dormi até às 8 e meia. Depois voltei correndo para o hospital para amamentar. Foi a vez do Fábio ir um pouco para casa.

Eu já estava mais calma e acho que consegui passar um pouco da minha tranquilidade para o Vítor. Ele finalmente ficou quietinho na incubadora, dormiu e mamou melhor.

No fim da tarde o pediatra foi ver como o bebê estava. Felizmente ele nos liberou e voltamos para casa. Ficamos no hospital menos de 24 horas e o Vítor melhorou da icterícia.

Foi uma experiência e tanto. Maior dó ver meu filhinho sofrendo daquele jeito. Pior ainda ter que aguentar tudo pelo bem dele. Mas enfim… o que importa agora é que ele tá bem e juntinho da gente em casa, onde é o lugar dele!

A novela da amamentação

Tá, eu nunca achei que ia ser fácil. Mas também não esperava que seria tão chatinho complicado.

Na verdade eu nem pensava muito sobre a amamentação. Confesso que não fiz nada para preparar os meus seios como indicaram no curso de gestantes. Pulei esse capítulo do livro “gravidez”.

Por sorte meus seios não racharam e não tive nenhuma complicação maior. Meu problema mesmo é em relação aos horários das mamadas. Eu e o Vítor não estamos nos entendendo. Quer dizer… de dia sim, nossa relação é maravilhosa. Baby mama mais ou menos de 3 em 3 horas. Já durante a noite a história é outra.

Acontece que a mãe querida e amada PRECISA dormir. Sim, clamo por horinhas tranquilas de sono profundo (hahaha, sonho!). Mas o que acontece? Vítor fica grudado no peitão! PEN-DU-RA-DO! Mama sem regularidade nenhuma, vai de um seio para o outro com intervalo apenas para encher a fralda, ser trocado e resmungar um pouquinho.

Gente, o que eu faço???

Eu estou surtada com isso. Ele chega a ficar mais de 2 horas acordado no meio dessa novela toda. E não adianta balançar, cantar, dançar. O negócio é peito mesmo.

Daí que fico mega mau humorada, quase dormindo em pé, com os seios doloridos.

Alguém já passou por isso? Alguma solução, pó mágico para dormir ou sonífero?

Meu pintinho amarelinho

E não é que o Vítor está com icterícia, o conhecido amarelão?!

Pois é. Tudo começou um dia depois que chegamos em casa. No hospital o pediatra já tinha nos pedido para deixá-lo na luz, nada de levar em consideração aquele papo de vó de manter o bebê sempre no escurinho.

Seguimos o conselho, mas mesmo assim ele começou a ficar com o rosto amarelado. Porém, sabe como é… pais de primeira viagem acham que o filho é o ser mais perfeito, lindo e maravilhoso da face da terra e não conseguem fazer outra coisa além de babar na cria. Eu e o Fábio não tivemos a capacidade de observar que o Vítor estava com a pele diferente, foram as visitas que começaram a comentar.

Abre parênteses.

Pra chegar no ponto dos outros nos falarem é porque a pele da criança realmente estava BEM amarelinha. Quando alguém comentava falava cheio de cuidado para que a gente não levasse a mal ou ficasse ofendido com a observação.

Claro que a gente não ficou chateado com nenhum comentário, pelo contrário. Diante disso que procuramos o pediatra e descobrimos que realmente era icterícia.

Fecha parênteses.

Marcamos consulta no pediatra e começamos o tratamento. Basicamente o negócio é manter o pequeno sempre na claridade, seja natural ou próximo de uma lâmpada acesa. Além disso, estou tomando chá de raiz de salsa, segundo o médico vai ajudar para que ele melhore mais rápido.

Agora é só esperar. Segunda temos consulta de novo. Espero que ele já esteja melhor e não precise fazer banho de luz no hospital.

Alguém já passou por isso?! #comofas?

A primeira semana


Ontem o Vítor completou uma semana de vida. Ainda estamos nos adaptando com a nova rotina. Além disso, não me sinto totalmente recuperada do parto. Os pontos incomodam um pouquinho, principalmente de noite (quando já estou mega cansada e o sono começa a bater).

O Vítor é bem calminho, não posso reclamar. Ele mama mais ou menos de 3 em 3 horas, durante a madrugada chega a emendar até 4 horas de soninho.

Eu tenho assumido o banho, mas o Fábio fica com a gente o tempo todo. Ele prepara tudo, aquece a água e depois ajuda a vestir o pitoco.

Temos deixado o banho para o turno da noite, geralmente começamos o “ritual” por volta das 9. Assim, o Vítor fica bem relaxado para dormir.

O parto

Na sexta, dia 8 de abril, eu completei 40 semanas de gravidez. A médica já tinha sugerido induzir o parto, pois eu estava muito ansiosa e as condições eram favoráveis (eu já tinha 4 cm de dilatação, o bebê estava baixo e o útero mais fino).

No entanto, eu não me sentia segura com a ideia da indução. Tinha medo de ser muito doloroso e de acabar em uma cesárea. Se isso acontecesse eu iria me sentir muito culpada depois. Conversei com o Fábio e decidimos não arriscar. Combinamos esperar mais um pouco por um parto normal (sem ocitocina sintética). Se o Vítor não chegasse até a data da próxima consulta, terça, dia 12, a gente iria do consultório direto para o hospital e acabaria induzindo parto normal. Ficaria de 2ª opção por mais uns dias.

O sábado, dia 9, foi tranquilo. Fui em um aniversário com a minha mãe, cheguei em casa pelas 7 da noite e o Fábio estava me esperando para a nossa caminhada diária (tentativa de incentivar o trabalho de parto). Andamos cerca de 4 quarterões e comecei a me sentir mal. Eram contrações mais fortes do que geralmente eu sentia. Sentamos um pouco e decidimos voltar pra casa. Cheguei e fui direto para o chuveiro, mas quando saí do banho já estava bem de novo.

Ficamos alerta durante toda noite, porém nenhuma mudança. Domingo, dia 10, acordei bem e saímos para almoçar. No fim da tarde passamos no meu primo para comemorar o aniversário dele. Não ficamos muito e seguimos para casa, eram umas 7 e meia da noite.

Cheguei, tomei um banho e sentei na sala com o notebook. Exatamente às 8 e 22 da noite senti uma contração mais forte. Levatei para ir no banheiro e… ploft! A bolsa rompeu.

Era água que não acabava mais (glamour parte 1). Olhei para o Fábio meio sem acreditar e ele correu para buscar uma toalha. Sentei no chão, peguei o celular e mandei uma mensagem de texto para a minha médica. Esperei um pouco e fui para o chuveiro enquanto o Fábio pegava as coisas que faltavam na mala da maternidade (escova de dente, escova de cabelo, etc.).

1º passeio na casa da bisa

Durante o tempo que fiquei no banho não sentia dor. Entretanto foi só fechar o chuveiro que as contrações vieram com intensidade total, uma depois da outra. Não tinha capacidade de contar o intervalo e nem me preocupei com isso. Coloquei o primeiro vestido que vi na minha frente e fomos para o hospital.

A médica chegou na mesma hora que a gente e me acompanhou até um quarto. Coloquei a camisola linda-modelo-bunda-de-fora (glamour parte 2). Ela me examinou e viu que eu já estava com 8 cm de dilatação. Eu sentia muita dor, não conseguia ficar deitava, nem sentada. Duas enfermeiras me prepararam para o parto, enquanto o Fábio estava cuidando da parte burocrática na recepção.

Fui para a sala de parto e perdi a noção de tempo. Meus únicos marcos naquela noite são: 8:22, hora que a bolsa estourou, e 9:39, hora que o Vítor nasceu.

Na sala de parto tentei me concentrar para respirar como a médica indicava. Eu fazia muita força quando começava a sentir a contração e lembro de reclamar várias vezes pelo calor do ambiente (glamour parte 3).

Era como se eu estivesse em um universo paralelo. Não conseguia falar direito, nem sequer pensar.

O bebê estava no canal de parto, mas vinha e voltava. Até que eu gritei que não aguentava mais (glamour parte 4) e a médica sugeriu a utilização do fórceps. Eu aceitei, acho que aceitaria qualquer coisa naquela hora.

A médica disse que eu sentiria uma pressão na hora que ela colocasse o fórceps, mas não senti nada. Mais uma contração. Empurra. Força. E… chegou. Som de um chorinho gostoso na sala. Era o meu filho que gritava. Ali estava o Vítor!

O Fábio trouxe ele para pertinho de mim. Peguei o Vítor no colo e ficamos ali juntinhos. Depois… tchau, mamãe. Ele foi para o berçário e só nos vimos mais tarde no quarto. Enquanto isso eu levei os pontos (5) e fui descansar um pouco.

No outro dia já recebemos alta. A semana foi bem tranquila. Ainda estamos nos adaptando, mas de modo geral tá tudo bem! Logo eu volto pra contar um pouquinho dos nossos primeiros dias!

Maternidade Real: Blogagem Coletiva


A minha maternidade real começou com o primeiro enjoo e não terminou pelos 60 próximos. Sim, enquanto na maternidade idealizada enjoo é charminho de grávida, na real ele não é tão glamouroso assim. Afinal, qual a graciosidade de vomitar três vezes na mesma manhã e não conseguir nem ver programa de culinária na TV sem passar mal?

E é dessa saga de enjoo-vômito que surge o exaltado e tão comentado “brilho no rosto” de uma gestante. Só pode ser a palidez depois de passar tão mal. Bonitinho, não?!

Mas pulando para a fase delícia da gravidez chegamos no segundo trimestre. Barriguinha crescendo, bebê mexendo gostoso. Evoluções que podem ser substituídas por grávida comendo e engordando enlouquecidamente e bebê metendo o pé com toda força de futuro artilheiro na costela da mamãe.

Minha maternidade real também foi marcada pelas estrias (bem marcada!), pela azia, pela anemia, pela insônia. Kit completo.

Agora na reta final o que prevalece é a ansiedade, o nervosismo, a curiosidade (tá, a dor na pelve também, impossível esquecer desse chato detalhe).

Mas é claro que a minha experiência é limitada. Ela começa e termina ainda na barriga. Mas com certeza depois do nascimento do Vítor a maternidade vai me pegar de verdade e até puxar meu pé enquanto eu estiver dormindo.

Não tem como fugir do mundinho-cor-de-rosa-idealizado que cerca uma mãe desde o início da sua gravidez. A mídia e a sociedade colocam modelos e valores considerados “certos”, “supremos”. A gestação é linda, mágica. O parto tem que ser normal. A amamentação é “natural” e o elo maior entre mamãe e bebê. Logo depois do parto a barriga some e a mãe vai estar novinha em folha pronta para pular num trio elétrico, como as musas baianas. Bullshit!

A verdade é que a maternidade é cheia de erros e acertos e só é plena se vivida com o coração. Não importa ser a melhor mãe do mundo, importa ser o melhor possível, dentro das limitações da rotina, da realidade de cada um. No fim das contas, eu nem queria estrelar uma campanha sobre aleitamento materno mesmo. Muito menos virar uma família margarina. Pra mim o que importa é chegar no fim de cada dia. Agora alisando a pança. Em breve olhando pro meu pitoco com a casa toda bagunçada como se um furacão tivesse passado pelo apartamento. Eu não vejo a hora!

O lead jornalístico

Não, você não errou de blog. Aqui continua sendo o meu cantinho “materno”. Mas hoje nós vamos brincar de completar o lead do nascimento do Vítor.

Lead é a primeira parte de uma matéria jornalística e fornece as informações básicas do texto. É como se fosse um resumo da notícia. Geralmente responde as seguintes perguntas: o quê? quem? quando? onde? como? por quê?

Pois bem… das 6 perguntas que devem ser respondidas em um lead já tenho resposta para 5 delas quando o assunto é o nascimento do Vítor. Mas a grande interrogação é: QUANDO?

Afinal, quando o baby vai decidir dar as caras nesse mundinho?

Já tinha visto bolão de nascimento no “potencial gestante” e hoje mesmo vi no blog da Nivea, o “Que Seja Doce“. Então agora é a vez do povo opinar por aqui!

Deixe nos comentários um palpite de dia e hora. Quem chegar mais perto vai ser o grande vencedor! E prêmio? Sim, vai ter presentinho via correio!

Para ajudar ou atrapalhar algumas observações:

* O primeiro ultrassom indicou que o baby deveria nascer no dia 24 de abril.
* O médico que fez o segundo ultrassom (por volta das 20 semanas de gestação) falou que o parto provavelmente seria entre o dia 10 e 20 de abril.
* De acordo com a última menstruação a previsão de parto é no dia 8 de abril.

Bons palpites!