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Dão trabalho?

Já ouvi inúmeras vezes a pergunta: “Mas eles dão trabalho?”.

Daí que na sexta pela manhã, quando estava sozinha com a dupla, pensei que não existe melhor resposta para tal questionamento do que narrar algumas horas o nosso dia.

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Na sexta, por exemplo, tudo o que eu queria era ficar na cama até um pouco mais tarde. No entanto, a Clara acordou 7h30min. Permanecemos deitadas, eu quase cochilando e ela brincando ao meu lado. Logo depois, 8h15min, o Vítor acordou. Fiz a mamadeira e enquanto ele tomava comecei a arrumar as camas com a Clara por perto. Quando ele terminou o leite, constatei que os dois estavam com as fraldas sujas. Irmãos coordenados até na hora de fazer cocô.

Tiro a roupa da Clara e verifico que o estrago foi grande. Vazou e vou ter que dar um banho na criança. Ligo o chuveiro para encher a banheira com ela meio pendurada no meu colo, cuidando para não sujar meu pijama. Acontece que a espertinha aproveita um momento de distração e faz xixi em mim.

Dou banho nela com a parte de cima do pijama molhada de xixi. Enquanto isso, o Vitor brinca na sala. Tiro a moça da banheira, a visto, coloco no berço com alguns brinquedos e preparo o banho do Vitor. Dou banho nele ouvindo o choro da Clara, impaciente.

Arrumo o Vítor e coloco um DVD para os dois se distraírem na sala. Assim, consigo tomar um banho rápido (leia-se rápido de 2 minutos).

Eu me troco e vou tomar café da manhã, obviamente com os dois ao meu redor, querendo comer tudo que pego pra mim. Nisso, olho no relógio: 10 horas. Vamos desenhar no quarto e brincar no chão. O Dexter tenta lamber a Clara, que tenta me escalar. O Vitor chora porque o papel amassou. E assim seguimos, no malabarismo materno de sempre.

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Agora, tirem as próprias conclusões. Eles dão trabalho?

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A única coisa que eu digo é que tem dias que não é nem meio dia ainda e eu já sonho com a hora de deitar na cama e dormir. Mãe cansada feelings.

Eu grito, ele grita, nós gritamos

É oficial: nossa casa é um circo.

Ontem, o Fábio tinha um compromisso de trabalho à noite. Então, fiquei sozinha com a turma no horário mais caótico possível. Era choro atrás de choro. Sempre tinha alguém resmungando, me pedindo algo ou aprontando.

Em resumo: a Clara comeu papel, o Vítor deu macarrão de colher para o Dexter e o Dexter fez xixi dentro da toca de bolinhas das crianças. É mole?

Contudo, o que observei e mais chamou a minha atenção foi que tenho gritado demais. É a minha defesa, a forma de abraçar o terror e, principalmente, de expressar força e não bater. Mesmo assim, tudo isso não justifica tamanha gritaria, né?

Derrubou o giz de cera no chão: eu grito. Bateu na irmã: eu grito. Latiu (o cachorro, no caso): eu grito.

O interessante é que o Vítor começou a reproduzir isso. Agora, tudo que foge do seu controle físico e emocional é manifestado em forma de grito. Um exemplo é quando a Clara começa a chorar. Ele, sem saber o que fazer, coloca a boca no mundo e grita junto. A pequena, assustada, chora mais ainda. Pobres vizinhos!

O comportamento serviu como um alerta. Eu preciso controlar minhas emoções e aprender a lidar com meus sentimentos sem gritar. Além disso, a observação reforçou algo que parece óbvio e simples, mas que de vez em quando esquecemos ou deixamos de lado: as crianças aprendem a partir da gente. Ou seja, é incoerente ensinar a bater batendo, não? O mesmo vale para os gritos. Como vou ensinar a não gritar aos berros?

Agora, uma pergunta que é para ser respondida nos comentários, please: como controlar a energia/emoção/frustração que insiste em sair de forma estridente e ensurdecedora? Como vocês lidam com isso?

Aqui tá difícil, minha gente. O combo bebê doentinho-com-dente-nascendo-e-querendo-engatinhar + mano em pleno terrible 2 está acabando comigo.

Amar dois filhos

Eu nunca duvidei da minha capacidade de amar o segundo filho. O que eu não sabia, no entanto, era que teria que me reapaixonar pelo Vítor após a chegada da irmã. Além disso, nem imaginava que tudo que eu fizesse por um pesaria na balança pelo que não fiz pelo outro.

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A segunda gravidez me despertou uma nova visão em relação à maternidade. Um ponto de vista marcado pela entrega e pela reflexão. Assim, assumi batalhas internas na busca pelo “fazer dar certo”. Uma das minhas lutas pessoais foi para amamentar, que, aliás, está funcionando e vai muito bem, obrigada!

Então, meu posicionamento mudou em diversos aspectos. Um exemplo muito claro é na questão de trabalhar. Quando o Vítor era pequeno, eu trabalhava e o deixava na escola sem questionar. Era algo feito no automático. Naquela época, eu não pensava em fazer diferente, não refletia sobre querer passar mais tempo com ele ou em alternativas para isso.

Já após o nascimento da Clara, trabalhar caiu drasticamente na minha escala de prioridades. Tanto que minha angústia com o fim da licença maternidade culminou no meu pedido de demissão. Abri mão de um emprego seguro por mais tempo com os meus filhos, decisão que me torna uma pessoa muito mais feliz neste momento.

Agora, posso aproveitar as crianças, tanto o Vítor quanto a Clara. No entanto, eu me sinto culpada pelo tempo perdido com o Vítor e com a mãe que eu fui para ele no início.

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Comecei a pensar em tudo isso nos últimos dias. O Vítor está em uma fase muito difícil, que exige uma dose extra de paciência. Cheio de personalidade, de vontades, se descobrindo como pessoa.

Acontece que eu não estou sabendo lidar muito bem com a situação. Confesso que algumas vezes perco o controle, grito, xingo. Ele fica ainda mais impaciente e tudo piora.

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Em um momento de estresse recente, fiquei muito abalada. Aquela sensação de fracasso, sabe? E a partir disso passei a repensar nossa relação e senti um vazio. Como se faltasse algo no nosso vínculo.

Fechei os olhos cheios de lágrimas e vi na minha mente um pequeno filme de memórias: um parto frio, marcado por inseguranças, cenas de uma amamentação fracassada, sem vontade.

Foi aí que me dei conta no quanto isso pode ter influenciado na nossa formação de vínculo. Não acredito que foram fatores determinantes, mas penso que fizeram sim diferença no meu envolvimento com o meu filho e no meu processo de entrega à maternidade.

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Desde então, tenho tentado me reapaixonar pelo Vítor e fortalecer a nossa relação. Digo reapaixonar, pois temos vivido no amor e ódio. Assim como ele está super falante e cada dia faz algo de uma fofura sem tamanho, odeio quando ele tem seus ataques de fúria e quando se expressa de forma agressiva. As mordidas e os tapas ainda são uma constante aqui em casa e estamos (todos, inclusive o Vítor) aprendendo a lidar com nossos sentimentos.

Enquanto isso, tenho tentado retomar alguns momentos que desde o nascimento da Clara eram exclusivos do pai, como banho e a hora de dormir. Mesmo com a pequena mamando no peito, já consigo me organizar para assumir algumas tarefas e, assim, ficar mais próxima do Vítor. Também tenho tentado organizar atividades e passeios só para nós dois.

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Colocar o dedo na ferida e revisitar a mãe que eu fui só me fizeram bem. Apesar de ter sido um processo doloroso, pelos arrependimentos e pela culpa, fez com que eu me reafirmasse nas minhas escolhas e convicções.

Assim, vamos indo. Tentando ser melhor a cada dia. Melhor para mim mesma, mas, acima de tudo, melhor para os meus filhos, que amo sem limites.

Home office

ou

O que diabos a mamãe tanto faz na frente do computador?

Desde janeiro assumi um novo esquema de trabalho home office. Sou jornalista e estou fazendo trabalhos com uma agência de comunicação. Tenho uma certa demanda que consigo resolver em casa, online. Outra parte das minhas atividades, que envolve contato com clientes, faço em horários alternativos, quando o Fábio chega do trabalho e assume as crianças.

E como alguém consegue trabalhar em casa com duas crianças ao redor?

Então, é bem difícil. Exige disciplina, concentração e foco. Eu, por exemplo, ainda me considero em adaptação e tenho enfrentado algumas dificuldades.

A principal delas é achar um horário para dedicar exclusivamente ao trabalho. Para isso, tenho que encaixar tempo quando as crianças estão dormindo, pois mesmo quando o Fábio está em casa e fica com os dois não funciona, eu me disperso com facilidade. Como a soneca da tarde nem sempre é garantida (também não é sempre que os dois dormem no mesmo horário), o que me resta é à noite (depois das 23h, mais ou menos) ou de manhã (até umas 9h ou 10h, quando eles acordam).

À noite, eu geralmente estou exausta e não consigo fazer nada. Já de manhã, tenho que me fiscalizar para conseguir acordar cedo.

Também é complicado pelos imprevistos, que, obviamente, acontecem quando tenho um prazo no limite de um trabalho super importante. Por imprevistos, leia-se: criança que acordou durante a madrugada, bebê doente, febre, dentes nascendo, enfim, uma infinidade de possibilidades que quem é mãe conhece bem.

Outra coisa que considero negativa é o fato de nunca me desligar do trabalho. Parece que não existe limite entre vida pessoal e profissional. Em uma empresa ou escritório regular, a pessoa vai embora, fecha a porta e pronto, vai para casa ficar em família (claro que também tem gente que leva trabalho para casa, mas parece mais nítida a separação).

Já eu, tenho tudo junto. Meu escritório é na minha sala, meu email de trabalho está sempre aberto no notebook, o celular para amigos é o mesmo que para clientes. Assim, ainda tenho que me adequar para marcar melhor a diferença entre tempo profissional e tempo pessoal, para evitar uma carga desnecessária de estresse.

O que acontece muitas vezes é eu passar o dia inteiro com o computador ligado e volta e meia sentar uns minutos para ver email e responder alguma coisa. De vez em quando também rola um trabalho urgente em cima da hora, daí o jeito é tentar fazer com o Vítor e a Clara por perto mesmo.

Por isso… foco é fundamental! E é nisso que estou deixando a desejar.

Então, justamente por essa falta de foco, acho que estou perdendo em qualidade para os dois lados, tanto quando preciso trabalhar, quanto nos momentos com as crianças. Não me sinto inteira para coisa nenhuma. Sendo assim, conversei com o Fábio e decidimos contratar uma babá para o turno da manhã. O objetivo é me liberar para conseguir resolver tudo que for necessário e depois poder aproveitar a tarde e noite com as crianças.

De tal modo, não preciso abrir mão do que eu tanto queria, que era passar mais tempo com meus filhos.

E lá vamos nós outra vez, buscando o arranjo mais ideal possível para nossa família!

Como é possível ter foco com uma coisinha gostosa assim por perto?

Como é possível ter foco com uma coisinha gostosa assim por perto?

Mustache mum

Um dia qualquer. Uma manhã comum. Lá estava eu, linda e bela (leia-se com as olheiras no pé e descabelada) me arrumando para sair para almoçar com as crianças. Eis que escovo os dentes, levanto o rosto e me olho no espelho do banheiro. Dou uma conferida nas espinhas que insistem em me deixar com um ar meio teen e derrepente baixo os olhos em direção à boca e tenho a visão do inferno. Não é que um senhor bigode tinha nascido na minha cara e eu nem sequer tinha reparado?
mustache+printable Como isso podia ter acontecido e eu não ter me dado conta? Fiz uma revisão mental da última vez que tinha ido no salão colocar a depilação facial em dia. É, fazia mais de um mês. Tempo suficiente para o caos se instalar no meu rosto de forma avassaladora.

Tentei passar base e pó para disfarçar. Que nada, ficou ainda pior. Já atrasada, tive que sair daquele jeito, jurando que todos olhavam para mim e reparavam no maldito. Podia ouvir sussurros e risos maldosos. Minha mente chegou a perceber comentários malignos que nem sequer existiram. “Olha o bigode dela”, “Nossa, que bigodão”, “Será um homem vestido de mulher?”.

Fiquei o dia todo com aquele ar de perseguida e com vontade de ir correndo para o salão. No entanto, não tinha hora, eu teria que esperar mais três dias para dar adeus ao bigode.

Finalmente, hoje dei um jeito no coitado. Agora, já deixei bilhete em tudo que é lugar lembrando da próxima “revisão facial”.

A gente pode ser mãe, fazer 28127182627612 coisas por dia e até perder um pouco da vaidade. Mas bigode? Não, isso já é demais!

Hasta la vista, bigodão.

Praia, bunda e a inveja materna

No fim de semana fomos para a praia. Viagem de 3 horas que se transformou um um tormento de 5 horas. Vítor entediado e Clara com ódio do bebê conforto. Choradeira louca e uma mãe quase descendo no meio do caminho para voltar a pé para casa.

Mas nada como chegar no litoral, colocar os pés na areia e observar a bunda alheia enrolada em uma saída de praia que não podia ser tirada nem por decreto. Lá estava eu, toda fútil, tirando a cor nude cidade do corpo. Enquanto isso, fazendo teorias mil sobre cada bunda que passava na minha frente.

Claro que na minha cabeça doida de mãe existe apenas uma hipótese: quem tem bunda bonita não é mãe. E, se for mãe, é atriz, modelo ou famosa que não se dedica ao filho e faz loucuras para voltar ao corpo de antes, incluindo combo de cirurgias plásticas. Isso não necessariamente exprime a minha verdadeira opinião sobre o assunto, apenas foi um consolo que encontrei para conseguir exibir minhas curvas pós-parto na beira do mar sem tanto constrangimento.

Então, para o meu desespero, acontece o seguinte. Minha irmã foi comprar um picolé e uma família se aproxima do vendedor. Veja bem, uma mulher com 3 filhos, eu disse T-R-Ê-S filhos, exibe uma bunda perfeitamente aceitável (sinta a minha dificuldade em assumir que era uma bunda super em forma). O mais novo estava no colo do pai e tinha uma chupeta na boca, devia ter no máximo uns 2 anos e meio. E A MÃE ERA GOSTOSA. Nenhuma lembrança de gravidez. Celulite zero. Estria nem sinal.

Tentei argumentar (comigo mesma, claro) que ela podia ser famosa e se enquadrar no que falei acima. Mas não, parecia uma mãe normal, do tipo que a gente encontra na espera do consultório do pediatra ou no parquinho.

Até que achei um detalhe que não tinha observado antes. A família estava sentada na área de um condomínio fechado, do tipo coisa phyna, losho e riqueza. Bingo! Ta aí a minha redenção. Ela podia não ser atriz, modelo ou famosa, mas era ryca!

Agora, eu poderia voltar para o meu consolo. Fui para casa e acabei com tanto rancor em meia dúzia (ok, possivelmente uma dúzia) de brigadeiros. Na segunda-feira, de volta da praia, tratei de começar a procurar uma bicicleta para comprar. Já era tempo! Vou passar de quem inveja para quem é invejada (tive que rir com a frase, mas anotem isso e me cobrem depois, plis!). Bunda gostosa verão 2014, aí vamos nós!

Agora, mãe em tempo (praticamente) integral

A maternidade tem sido uma experiência incrivelmente intensa para mim. Isso desde que eu aprendi a apreciá-la na sua essência e totalidade. Não foi uma tarefa fácil, mas desde que descobri a palavra-chave (entrega, já falei muito sobre isso este ano) as coisas começaram a andar em outro ritmo.

Recentemente, no meu processo de construção e desconstrução materno, uma angústia começou a tomar conta: a volta ao trabalho. Eu deveria retornar no fim de janeiro, depois de 5 meses (4 de licença + 1 de férias), para a minha carga horária diária de 6 horas.

Já tinha feito planos e pensado em alternativas para continuar com a amamentação exclusiva. Fui na escola e conversei com as professoras. Mas nada aliviava o meu nervosismo.

Na verdade não era apenas a insegurança com a continuidade da amamentação que me preocupava. O fato é que eu não estava pronta para me separar da Clara. Além disso, durante a minha licença o Vítor começou a passar muito mais tempo comigo, apenas ficava longe enquanto estava na escola, entre 13 e 17h, e a proximidade fez um bem danado pra mim e pra ele. Ou seja, voltar a trabalhar mexeria com tudo isso.

Foi então que eu tomei uma decisão muito importante: ser mãe em tempo (praticamente) integral (já explico o praticamente). Eu decidi largar o meu emprego e ficar com os meus filhos (isso inclui tirar o Vítor da escola). Foi algo extremamente difícil, pois eu tinha estabilidade, bons colegas, um ótimo ambiente de trabalho. No entanto, tenho certeza, do fundo do meu coração, que agora nada é mais importante do que eu ficar com eles.

Na realidade, eu não vou parar total de trabalhar (aqui entra a parte do praticamente integral). Vou fazer trabalhos com uma agência, com horários flexíveis e atividades que podem ser feitas home office. É algo animador e empolgante, pois já tive a oportunidade de fazer freelas com eles e sempre foram experiências muito positivas.

É uma escolha temporária. Não posso dizer quanto tempo vai durar. Mas por mais que dure apenas uns 6 meses já faz muita diferença. Afinal, 6 meses para um adulto é praticamente nada. Já para um bebê de 3 meses… 6 meses é um salto incrível. Para o Vítor, que está com 1 ano e 8 meses, 6 meses também representa muito.

Pois bem, um novo tempo começa em 2013. Um mestrado para concluir, uma nova jornada profissional. Mas tudo com os meus dois pitocos do lado. E que venham os desafios!

A louca da virose

Tudo começou com um vômito no feriado, enquanto a mamãe estava no trabalho. É obvio que o vômito foi um daqueles de presença, justamente na cama de quem? Da mamãe e do papai. É claro também que sujou muito além do lençol, foi o kit completo, incluindo colchão e edredon. Legal, né? Não tão legal quanto a parte 2, a repetição do episódio na mesma tarde, desta vez no carrinho.

Acontece que o bebê tem uma mãe grávida e que fica facilmente enjoada (ainda!). E a mãe simplesmente começou a vomitar junto. Se foi frescura ou virose eu não sei. Só sei que a Páscoa foi assim: nada de chocolate, cama e muita roupa suja por todos os lados.

Felizmente hoje estamos melhor, mas daí foi a vez do papai ficar ruim. O que me resta dizer? Pelo menos um de cada vez, né?

E amanhã big baby faz 1 ano! É muita emoção para uma pobre mãe. No entanto, aqui em casa tinha que ter emoção ao quadrado, afinal, tudo tem sido multiplicado este ano (assim como desgraça pouca é bobagem, sabecomé?). Então, vai ser comemoração com galo na cabeça.

Justamente hoje Vítor caiu feio pela primeira vez e ficou com a parede marcada na testa. Nada demais, mas rolou aquele mamma-drama-feelings, acentuado por frases do gênero: “justo na semana do aniversário”. Ok, estamos bem e prontos para encher o pequeno de beijos amanhã! Vocês prometem que passam aqui para ler as minhas poucas linhas cheias de mimimi materno e muito amor?

Tudo sobre a minha mãe

Quando adolescente eu dizia para todos ouvirem: “não vou ser igual a minha mãe”. A frase geralmente era seguida por um drama do gênero “meus pais não me entendem” ou “eu odeio a minha família”. Rebeldias a parte, sempre tive uma personalidade forte e fui muito teimosa. Características estas que foram atenuadas a partir do amadurecimento e de determinadas vivências.

Hoje eu acho engraçado quando percebo um jovem qualquer, mesmo meus irmãos, agindo do mesmo modo que eu já me comportei. Penso comigo mesmo: “um dia eles vão entender e valorizar”. E é justamente quando isto acontece que eu percebo: eu virei mãe. Ou melhor, eu virei a minha mãe.

*

A minha mãe nunca entrava no mar. Eu, pequeno peixe, nunca entendia. O que diabos ela quer na praia? Queimar no sol? Que coisa sem graça.

Agora pergunta se eu entro na água? No way.

*

A minha mãe sempre foi sistemática. Organizada. Louca por limpeza.

Eu. Eu. Eu.

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Não gosta de cachorro, mas se rendeu a um labrador.

Não gosta de cozinhar, mas atende prontamente a um pedido de uma filha grávida com vontade de doce.

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A minha mãe sempre foi fantástica, mas consegue ser uma vó ainda mais incrível. Este post é apenas um registro de coisas que às vezes deixo de falar. O que importa é que sei que ela vai chegar aqui, possivelmente através do meu pai.

E vai entender.