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Sobre o corpo, a mente e a alma depois do parto

PARTO

No fim da gravidez eu só pensava na hora do parto. Pesquisei, li, busquei informações. Queria saber tudo que poderia acontecer, o que eu iria sentir, como seria.

Quando a bolsa estourou não conseguia acreditar que era verdade, que o momento que eu tanto esperava estava ali, acontecendo, no gerúndio mesmo.

Banho, contrações, hospital, dilatação, sala de parto, dor, força, bebê. Tudo isso em 1 hora e 17 minutos (a bolsa estorou às 20:22 e o Vítor nasceu às 21:39). Ou seja, meu corpo invadido por hormônios e seguindo os passos da minha natureza interior em segundos.

Meu parto foi normal e rápido, mas não escapei do fórceps e da episiotomia. Acredito que por isso minha recuperação foi um pouco mais lenta e dolorida. Eu me sentia bem, porém os pontos estavam ali para me lembrar o tempo todo que eu recém tinha parido. Aliás, um dos pontos ainda está ali, mesmo depois de quase 2 meses (essa semana eu tenho consulta e vou me despedir desse resquício do parto).

Sabe que foi estranho, mas por mais que eu tenha preparado meu corpo e minha mente para o parto muitas coisas foram diferentes do que eu imaginava. Não que isso tenha causado alguma frustração, apenas me mostrou outras possibilidades. Por exemplo: li relatos de parto normal, parto normal induzido, parto natural, parto em casa, cesárea, mas nenhuma vírgula sobre parto com uso de fórceps. Nada, nadinha. Outro exemplo: em todos os relatos as mães descreviam o momento do nascimento do filho como mágico, sublime. Sorry, não senti nada disso. Era como se eu estivesse em outra órbita, vendo tudo acontecer sem ser a protagonista da história. A dor era tanta que não conseguia nem falar. Eu estava muito concentrada e demorou para eu me situar novamente.

Claro que hoje quando lembro do parto eu fico emocionada. Tento guardar cada segundo na minha memória. Agora, sem dor, sem sangue e de pernas fechadas eu posso afirmar que aquele dia foi realmente mágico, especial. Entretanto, na hora eu estava fora de mim.

AMAMENTAÇÃO

Depois do parto é a vez do corpo trabalhar para amamentar o pequeno ser que acaba de nascer. No hospital foi tudo tranquilo, os primeiros dias em casa também. Não sei dizer exatamente o dia que o leite “desceu”, lembro só da sensação do seio pesado e quente.

Então eu e o Vítor fomos nos conhecendo e tudo estava ótimo até o peito rachar. Nossa, quanta dor! E para completar o pequeno queria só mamar! Ou seja, ficava pendurado em mim. Daí depois de uma noite inteira com ele mamando quase que sem parar eu entrei em desespero e tive que apelar para o leite artificial. Só assim o menino sossegou e consegui recuperar meu seio.

Fiquei chateada em ter que oferecer NAN para o meu filho, mas tentei não pensar muito nisso. O bom foi que o leite artificial e a mamadeira me deram fôlego para eu me concentrar mais na amamentação, ter mais paciência. Além disso, ganhei um pouco de liberdade, pois agora posso deixar o Vítor com o pai ou com a avó sem me preocupar se ele vai sentir fome.

BABY BLUES

Baby blues é um período de melancolia pós parto. Eu fiquei um pouco deprimida por aproximadamente uma semana depois do nascimento do Vítor. Chorava por qualquer coisinha, estava super emotiva. O Fábio chegava a rir de mim quando eu começava a fazer biquinho.

Acho que faz parte do período de adaptação mesmo. Primeira semana com o novo interante da família, muitas visitas, sem tempo para cuidar da casa, dar atenção ao cachorro, enfim… muitas tarefas e novidades. Eu me sentia frustrada por não conseguir dar conta de tudo. Sou um tanto controladora, gosto de estar por dentro do que acontece ao meu redor. Muitas coisas prefiro fazer eu mesma do que pedir ajuda. Daí que quando o Vítor nasceu eu precisava me dedicar totalmente, quase 24 horas de atenção para ele. Sem falar que eu estava cansada. Sem falar que eu sentia dor. Foi complicado, mas tive que ceder e aceitar todo suporte que a minha família oferecia. No fim das contas deu tudo certo e o baby blues logo foi embora!

Claro que nem tudo é só alegria agora. Têm dias que não consigo fazer o que eu gostaria. Qualquer dorzinha de barriga muda a nossa rotina e deixa o bebê carente, querendo muito colinho. Aliás, ter uma criança em casa faz com que a vida não seja nada prevísivel. Então às vezes eu me sinto frustrada mesmo, não tem como fugir desse sentimento de #mãedemerda, principalmente quando eu fico sem saber o que fazer.

CORPO

Nova vida, novo corpo. E que corpo! Seios gigantes, estrias por todos os lados (algumas que eu não enxergava durante a gravidez me apavoraram depois que o barrigão foi embora).

Entretanto o que mais me apavorou mesmo depois do parto foi a pança. Gente, o que é aquilo? O Vítor nasceu domingo de noite. Segunda de manhã acordei às 6 e quis ir direto para o banho. Quando tirei o modelito gracioso do hospital fiquei chocada com a gelatina que estava instalada no meu ventre. É assim?! Tchau bebê, olá flacidez mode ON turbo total?!

Tive que recorrer à cinta pós parto tamanho GG (tão maravilhosa quanto um sutiã de amamentação BEGE). E aquele tréco me apertava de um jeito que tive que ser persistente para aguentar firme e não jogar a peça pela janela.

Mas agora, quase 2 meses depois, a barriga já está voltando para o lugar dela. Durante a gravidez engordei 13 quilos. Uma semana depois me pesei e tinha perdido 8. Atualmente não sei meu peso, porém acredito que mais uns 2 também devem ter ido embora.

MATERNIDADE

Não existem clichês palavras para descrever o sentimento de ser mãe. É algo que nasce no coração, brota no corpo e costura nossa alma.

Apaixonada, é assim que estou. Cada dia mais. Para sempre mais.

O parto

Na sexta, dia 8 de abril, eu completei 40 semanas de gravidez. A médica já tinha sugerido induzir o parto, pois eu estava muito ansiosa e as condições eram favoráveis (eu já tinha 4 cm de dilatação, o bebê estava baixo e o útero mais fino).

No entanto, eu não me sentia segura com a ideia da indução. Tinha medo de ser muito doloroso e de acabar em uma cesárea. Se isso acontecesse eu iria me sentir muito culpada depois. Conversei com o Fábio e decidimos não arriscar. Combinamos esperar mais um pouco por um parto normal (sem ocitocina sintética). Se o Vítor não chegasse até a data da próxima consulta, terça, dia 12, a gente iria do consultório direto para o hospital e acabaria induzindo parto normal. Ficaria de 2ª opção por mais uns dias.

O sábado, dia 9, foi tranquilo. Fui em um aniversário com a minha mãe, cheguei em casa pelas 7 da noite e o Fábio estava me esperando para a nossa caminhada diária (tentativa de incentivar o trabalho de parto). Andamos cerca de 4 quarterões e comecei a me sentir mal. Eram contrações mais fortes do que geralmente eu sentia. Sentamos um pouco e decidimos voltar pra casa. Cheguei e fui direto para o chuveiro, mas quando saí do banho já estava bem de novo.

Ficamos alerta durante toda noite, porém nenhuma mudança. Domingo, dia 10, acordei bem e saímos para almoçar. No fim da tarde passamos no meu primo para comemorar o aniversário dele. Não ficamos muito e seguimos para casa, eram umas 7 e meia da noite.

Cheguei, tomei um banho e sentei na sala com o notebook. Exatamente às 8 e 22 da noite senti uma contração mais forte. Levatei para ir no banheiro e… ploft! A bolsa rompeu.

Era água que não acabava mais (glamour parte 1). Olhei para o Fábio meio sem acreditar e ele correu para buscar uma toalha. Sentei no chão, peguei o celular e mandei uma mensagem de texto para a minha médica. Esperei um pouco e fui para o chuveiro enquanto o Fábio pegava as coisas que faltavam na mala da maternidade (escova de dente, escova de cabelo, etc.).

1º passeio na casa da bisa

Durante o tempo que fiquei no banho não sentia dor. Entretanto foi só fechar o chuveiro que as contrações vieram com intensidade total, uma depois da outra. Não tinha capacidade de contar o intervalo e nem me preocupei com isso. Coloquei o primeiro vestido que vi na minha frente e fomos para o hospital.

A médica chegou na mesma hora que a gente e me acompanhou até um quarto. Coloquei a camisola linda-modelo-bunda-de-fora (glamour parte 2). Ela me examinou e viu que eu já estava com 8 cm de dilatação. Eu sentia muita dor, não conseguia ficar deitava, nem sentada. Duas enfermeiras me prepararam para o parto, enquanto o Fábio estava cuidando da parte burocrática na recepção.

Fui para a sala de parto e perdi a noção de tempo. Meus únicos marcos naquela noite são: 8:22, hora que a bolsa estourou, e 9:39, hora que o Vítor nasceu.

Na sala de parto tentei me concentrar para respirar como a médica indicava. Eu fazia muita força quando começava a sentir a contração e lembro de reclamar várias vezes pelo calor do ambiente (glamour parte 3).

Era como se eu estivesse em um universo paralelo. Não conseguia falar direito, nem sequer pensar.

O bebê estava no canal de parto, mas vinha e voltava. Até que eu gritei que não aguentava mais (glamour parte 4) e a médica sugeriu a utilização do fórceps. Eu aceitei, acho que aceitaria qualquer coisa naquela hora.

A médica disse que eu sentiria uma pressão na hora que ela colocasse o fórceps, mas não senti nada. Mais uma contração. Empurra. Força. E… chegou. Som de um chorinho gostoso na sala. Era o meu filho que gritava. Ali estava o Vítor!

O Fábio trouxe ele para pertinho de mim. Peguei o Vítor no colo e ficamos ali juntinhos. Depois… tchau, mamãe. Ele foi para o berçário e só nos vimos mais tarde no quarto. Enquanto isso eu levei os pontos (5) e fui descansar um pouco.

No outro dia já recebemos alta. A semana foi bem tranquila. Ainda estamos nos adaptando, mas de modo geral tá tudo bem! Logo eu volto pra contar um pouquinho dos nossos primeiros dias!

Casulo

Hoje entrei no meu casulo. Quero ficar assim, quietinha no meu canto. Curtir cada minutinho antes do Vítor nascer. Aproveitar a chegada do frio, o silêncio da casa, o mimo do maridinho.

Noite passada não conseguia dormir. Pensamentos voando…

De manhã eu tinha consulta, logo cedo. Eu e o bebê estamos bem! Ele encaixado, mexendo regularmente, com o coraçãozinho no maior tum-tum-tum potência máxima. Eu com o peso controlado, pressão ok, dilatação de 4cm e colo do útero afinando.

Segundo a médica o parto está próximo. Ela me deu uma listinha destacando quando é o momento de ir para o hospital (se a bolsa romper, se eu sentir contrações regulares, enfim… basicamente as mesmas orientações do site da Crescer).

Por incrível que pareça a consulta me deixo mais calma. Deixei a contagem regressiva de lado e acabei me concentrando em mim e no meu corpo. Eu sinto (agora mais do que nunca) que tá chegando a hora. Eu sei que tá quase aí. Isso dá um medinho, mas por outro lado uma sensação gostosa de transição. Transição entre eu mulher, eu mãe. Entre tudo que eu sempre quis e que agora se realiza.

Agora, com licença. Vou ali no meu casulo, mas prometo que volto logo!

* Quando o Vítor nascer alguém (o Fábio) vem aqui rapidinho dar a notícia. Don’t worry 😉

Ultrassom + consulta

A semana foi passando e nem comentei aqui do ultrassom e da consulta de segunda.

Pois bem… o ultrassom foi de manhã. O baby está super saudável e adivinhem: de cabeça para baixo! Ele já pesa cerca de 2.500 gramas e possui 49 cm. Ficou comportadinho durante o exame e não mexeu muito. Assim a médica conseguiu verificar todas as medidas e a circulação sanguínea (através do Doppler). Para a felicidade da mamãe e do papai está tudo normal.

Minha GO pediu o exame com Doppler para avaliar o fluxo sanguíneo da placenta-bebê, pois eu já tive problemas de circulação.

De tarde foi a vez da consulta com a GO. Ela verificou os resultados do ultrassom e disse que estava tudo ótimo. Segundo ela, minha dilatação aumentou um pouquinho, mas ainda não chegou em 3 cm.

No último mês aumentei apenas 500 gramas (êêê!), embora a barriga tenha crescido bastante.

A próxima consulta é apenas dia 29, mas qualquer alteração é para eu ligar para a médica. De modo geral eu me sinto bem e apesar da dilatação acredito que vou mais algumas semanas ainda. Tomara, pois assim o Vítor ganha um pouquinho mais de peso e fica bem forte pra vim para os braços da mamãe!

Rapidinhas da semana

* Terça de noite comecei a sentir dor na barriga, mas nada de contração, apenas uma sensação estranha. Na quarta acordei e ainda não estava me sentindo bem. Tentei falar com a minha GO, porém não consegui. A alternativa foi ir para o plantão do hospital da cidade, onde logo fui atendida. Recebi medicação para a dor e fiquei no soro por mais ou menos uma hora. A dor passou e em seguida minha médica chegou para ver como eu estava. Ela me examinou e verificou que estou com 2 cm de dilatação. Na metade de fevereiro eu já estava com 1 cm, agora aumentou um pouquinho.

* Pois não é que tem um pitoquinho que está louco para nascer?! A médica acredita que eu não vou até as 40 semanas, o Vítor deve chegar um pouco antes. Anyway, a recomendação segue a mesma: repouso (juro que estou me comportando quietinha em casa).

* Depois da visitinha antecipada ao hospital fiquei surtada. Vi que já está mais do que na hora de deixar tudo pronto. Hoje fui na farmácia e comprei mil coisinhas importantes como: gaze, algodão, álcool 70%, cotonetes, sabonete neutro, enfim… listinha básica. Além disso, eu me entreguei e resolvi pegar uma chupeta e uma mamadeira (just in case, nunca se sabe). Ambos os itens possuem bico ortodôntico. Achei melhor comprar logo e deixar guardadinho em casa do que sair correndo atrás depois.

* Ainda no momento surtotenhoquedeixartudopronto fiz a lista das malas de maternidade (da mamãe e do bebê). Separei algumas coisas e já comecei a montar. Mas sério, é muita coisa! Parece que vou passar um mês fora de casa!

Resumo da 30ª semana

Ou resumo da 32ª semana. Entenda AQUI!

Eis que a barriga começou a pesar (de verdade agora!). Indo para a 31ª semana sinto que ela deu uma boa aumentada, em questão de poucos dias.

Foi o verdadeiro boom da barriga! Mas como nada na gravidez é isolado… as estrias apareceram também (para a minha felicidade #not).

Tentei ficar mais quietinha esta semana, fazer repouso, pelo início da dilatação que a médica observou na última consulta. No entanto, é impossível! Em todo canto da casa que eu olho tem alguma coisa me chamando. É uma estante com pó, uma pia com louça suja, uma máquina com roupa para estender. E fico assim… me policiando para não abusar do esforço.

Não sou neurótica por limpeza e organização, porém tento balancear. Bom é que o Fábio me ajuda, daí dá pra manter tudo em ordem sem esquecer do maldito repouso.

No mais é aquela rotina: dorzinha aqui, desconforto ali. Mas nada demais, detalhes do final da gravidez mesmo. 🙂

Ultrassom, berço e consulta

Ontem o dia foi super corrido. A maratona começou de manhã. Logo cedo eu tinha ultrassom marcado e lá fomos nós (eu e o Fábio) conferir como está o Vítor.

Estou com 30 semanas e o baby já pesa 1.679 gramas. O comprimento aproximado é de 38 cm. Pelo jeito vem aí um bebezão!

Além disso, vimos que o Vítor está de cabeça para baixo. No entanto, ainda é cedo e isso não diz muita coisa em relação ao parto.

Depois do ultrassom voltamos para casa e comecei a arrumar algumas coisinhas no armário do bebê. Minha mãe já lavou e passou todas as roupinhas, agora só falta acabar de separar tudo por tamanho. Percebi que tenho um monte de coisa pequenina (tamanho RN e P, peças que devem servir até o 3º mês no máximo). Mas foi bom começar a me organizar, assim posso fazer uma lista bem objetiva para o chá do Vítor.

Na sequência do momento organização Maria chegou a hora mais aguardada do dia: receber o berço! Sim, ele já está no quartinho do Vítor, todo lindo e mimoso! Ainda não tirei fotos, porém em breve coloco uma aqui.

Coisa gostosa ter o berço montado em casa. Dá a verdadeira sensação de “eu vou ter um filho e falta pouco”. Bobagem de gravidinha ansiosa! 🙂

E para completar o dia dedicado totalmente ao baby eu tinha consulta com a GO no fim da tarde. Pressão normal, medida da barriga ok, peso certinho. Mas eis que na hora do exame de toque recebemos uma surpresa: 1 cm de dilatação. Isso mesmo, cedo assim.

Eu tinha sentido na semana passada uma contração, mas foi isolada e nem dei muita bola (pensei até que podia ser só mais uma das acrobacias do Vítor). Comentei com a médica e ela disse que não necessariamente foi isso que ocasionou o início da dilatação.

Anyway… a recomendação é repouso. A GO também indicou 2 injeções para acelerar o amadurecimento dos pulmões do bebê (caso ele decida nascer antes de fechar pelo menos 36 semanas).

Fiquei meio tristinha depois da consulta. A notícia me deixou com receio de um parto prematuro. Não dormi muito bem de noite, cabeça a mil.

Hoje acordei um pouquinho mais animada, afinal, a dilatação pode não significar nada. A médica disse que posso tranquilamente ir até o fim da gravidez (ou seja, chegar até as 40 semanas). É só uma questão de seguir as orientações e ficar um pouco mais quietinha. Prometo me comportar!