Meu caminho para um parto humanizado teve início dentro de casa, com a minha família. Minha mãe teve três partos normais e esta passou a ser a minha referência, sempre foi o natural e automático, sem muitas reflexões.
Quando engravidei do Vítor comecei a ficar mais curiosa sobre o assunto. Busquei saber como era exatamente, como identificar o trabalho de parto, tudo que envolvia a hora do nascimento. Olhei diversos vídeos na internet, li uma centena de relatos em blogs. Sempre de parto normal, como se fosse a única possibilidade.
Já com cerca de 30 semana comecei a ter dilatação, o que reforçava a minha certeza interior de um parto normal. De fato a natureza foi muito generosa comigo. A bolsa estourou quando estava em casa, em um domingo à noite, e um pouco mais de uma hora depois estava com meu filho nos braços.
Apesar do parto normal do Vítor, a minha primeira experiência me mostrou muitas coisas. Foi incrível ver meu filho nascer através da minha própria força. Tive a convicção que precisava sentir tudo isso mais uma vez. No entanto, algumas coisas me marcaram, como o uso do fórceps e a episio. Marcaram meu corpo e minha alma. Fizeram eu perceber que em uma segunda vez tinha que ser diferente.
Logo que descobri a segunda gravidez comecei a trilhar um novo caminho, desta vez rumo ao parto humanizado. Mais do que nunca, busquei na informação toda a base necessária.
A maternidade me abriu os olhos e o coração. Agora posso dizer que estou preparada para me fortalecer na minha escolha: trazer a Clara ao mundo em um ambiente seguro, confortável, acolhedor. Um local onde nós duas, mãe e filha, sejamos respeitadas. Quero evitar todo e qualquer procedimento desnecessário, tanto em mim quanto nela. Mas quero, acima de tudo, sentir cada momento do nascer, da vida chegando de dentro de mim, de forma avassaladora, pura, natural. Que assim seja.