Na sexta, dia 8 de abril, eu completei 40 semanas de gravidez. A médica já tinha sugerido induzir o parto, pois eu estava muito ansiosa e as condições eram favoráveis (eu já tinha 4 cm de dilatação, o bebê estava baixo e o útero mais fino).
No entanto, eu não me sentia segura com a ideia da indução. Tinha medo de ser muito doloroso e de acabar em uma cesárea. Se isso acontecesse eu iria me sentir muito culpada depois. Conversei com o Fábio e decidimos não arriscar. Combinamos esperar mais um pouco por um parto normal (sem ocitocina sintética). Se o Vítor não chegasse até a data da próxima consulta, terça, dia 12, a gente iria do consultório direto para o hospital e acabaria induzindo parto normal. Ficaria de 2ª opção por mais uns dias.
O sábado, dia 9, foi tranquilo. Fui em um aniversário com a minha mãe, cheguei em casa pelas 7 da noite e o Fábio estava me esperando para a nossa caminhada diária (tentativa de incentivar o trabalho de parto). Andamos cerca de 4 quarterões e comecei a me sentir mal. Eram contrações mais fortes do que geralmente eu sentia. Sentamos um pouco e decidimos voltar pra casa. Cheguei e fui direto para o chuveiro, mas quando saí do banho já estava bem de novo.
Ficamos alerta durante toda noite, porém nenhuma mudança. Domingo, dia 10, acordei bem e saímos para almoçar. No fim da tarde passamos no meu primo para comemorar o aniversário dele. Não ficamos muito e seguimos para casa, eram umas 7 e meia da noite.
Cheguei, tomei um banho e sentei na sala com o notebook. Exatamente às 8 e 22 da noite senti uma contração mais forte. Levatei para ir no banheiro e… ploft! A bolsa rompeu.
Era água que não acabava mais (glamour parte 1). Olhei para o Fábio meio sem acreditar e ele correu para buscar uma toalha. Sentei no chão, peguei o celular e mandei uma mensagem de texto para a minha médica. Esperei um pouco e fui para o chuveiro enquanto o Fábio pegava as coisas que faltavam na mala da maternidade (escova de dente, escova de cabelo, etc.).
Durante o tempo que fiquei no banho não sentia dor. Entretanto foi só fechar o chuveiro que as contrações vieram com intensidade total, uma depois da outra. Não tinha capacidade de contar o intervalo e nem me preocupei com isso. Coloquei o primeiro vestido que vi na minha frente e fomos para o hospital.
A médica chegou na mesma hora que a gente e me acompanhou até um quarto. Coloquei a camisola linda-modelo-bunda-de-fora (glamour parte 2). Ela me examinou e viu que eu já estava com 8 cm de dilatação. Eu sentia muita dor, não conseguia ficar deitava, nem sentada. Duas enfermeiras me prepararam para o parto, enquanto o Fábio estava cuidando da parte burocrática na recepção.
Fui para a sala de parto e perdi a noção de tempo. Meus únicos marcos naquela noite são: 8:22, hora que a bolsa estourou, e 9:39, hora que o Vítor nasceu.
Na sala de parto tentei me concentrar para respirar como a médica indicava. Eu fazia muita força quando começava a sentir a contração e lembro de reclamar várias vezes pelo calor do ambiente (glamour parte 3).
Era como se eu estivesse em um universo paralelo. Não conseguia falar direito, nem sequer pensar.
O bebê estava no canal de parto, mas vinha e voltava. Até que eu gritei que não aguentava mais (glamour parte 4) e a médica sugeriu a utilização do fórceps. Eu aceitei, acho que aceitaria qualquer coisa naquela hora.
A médica disse que eu sentiria uma pressão na hora que ela colocasse o fórceps, mas não senti nada. Mais uma contração. Empurra. Força. E… chegou. Som de um chorinho gostoso na sala. Era o meu filho que gritava. Ali estava o Vítor!
O Fábio trouxe ele para pertinho de mim. Peguei o Vítor no colo e ficamos ali juntinhos. Depois… tchau, mamãe. Ele foi para o berçário e só nos vimos mais tarde no quarto. Enquanto isso eu levei os pontos (5) e fui descansar um pouco.
No outro dia já recebemos alta. A semana foi bem tranquila. Ainda estamos nos adaptando, mas de modo geral tá tudo bem! Logo eu volto pra contar um pouquinho dos nossos primeiros dias!